Aprenda mais sobre:
REDES DE
SOLIDARIEDADE

Redes de solidariedade permitem atacar problemas cuja solução não depende necessariamente do poder público. Unir terapeutas voluntárias e vítimas de violência sexual ou pessoas que perderam seus bens em chuvas e pessoas que querem doar bens, são dois exemplos de redes de solidariedade.





ESTUDO
DE CASO _

A forte chuva que atingiu o Rio de Janeiro na quarta-feira de cinzas de 2018 deixou diversos bairros da cidade debaixo d'água. Famílias perderam tudo o que tinham e pedidos de doações de alimentos, água, móveis, etc, para reconstruir suas vidas foram feitos nas redes sociais. Naquele momento, o prefeito da cidade estava viajando e era pouco provável que fizesse algo. Mas o Meu Rio não podia não fazer nada diante desse quadro!
Como muitas vezes as pessoas que querem doar desistem por questões de logística e distância das áreas atingidas, decidimos fazer uma campanha de arrecadação de bens para vítimas da chuva, focando em dois aspectos: criação voluntária de pontos de coleta em diversas áreas da cidade e conexão facilitada entre doadores e esses novos pontos de coleta.
Antes, no entanto, era necessário mapear grupos interessados em receber essas doações, entender suas necessidades e sua disponibilidade. Assim, chegamos a grupos nas favelas do Complexo do Alemão, Cidade de Deus, Acari e Manguinhos.





Depois, precisaríamos pensar no funcionamento da nossa rede de solidariedade, que teria dois caminhos: ser um doador ou um ponto de coleta. O caminho do doador era mais simples: indicar o que poderia doar e entregar em um dos pontos de coleta que seriam criados com a campanha. O caminho do ponto de coleta exigia um engajamento maior: disponibilizar um endereço, um horário para receber as doações e depois levar essas doações até um dos grupos receptores. Naquele momento, não estávamos seguro se alguém criaria um ponto de coleta. Outra dúvida: como distribuir os bens de maneira justa entre os grupos receptores? Neste caso a solução foi definir que cada ponto de coleta seria relacionado a um grupo, com o critério da proximidade geográfica.
Foi assim que decidimos arriscar e lançamos a campanha "Chuva de Solidariedade" . Em uma semana, 120 pessoas se cadastraram para doar e 5 pontos de coleta foram registrados. Certamente, poderíamos ter feito algumas coisas de uma forma melhor, mas a verdade é que o resultado da campanha surpreendeu positivamente a todos.


BOAS __
PRÁTICAS
- Crie uma rede de pré-multiplicadores dentro dos territórios;

- Identifique possíveis pontos de coleta maiores (clubes, igrejas, associações de moradores etc.) Entre em contato com eles antes do lançamento da campanha;

- Redes de solidariedade também permitem estabelecer parcerias que nem sempre conseguimos. Muitas marcas podem ter interesse em participar da campanha. Fale com elas;

- Estabeleça prazos claros para o cadastro de doação, assim como para a entrega de doação. Tanto o doador como o ponto de coleta precisam ter clareza de quando precisarão estar disponíveis, desde o primeiro momento em que interagirem com a campanha. Essa comunicação pode ser feita tanto no Bonde como no e-mail de agradecimento;

- Pense na jornada do doador e na jornada do ponto de coleta. Quais passos cada um terá que fazer? Deixe isso claro na sua comunicação;

- Defina critérios de entrada para os grupos receptores e critérios de distribuição das doações antes de lançar a campanha;

- Peça o telefone para doadores e pontos de coleta. Na hora de agilizar a logística, ter esse número fará toda a diferença.


PONTOS __
DE ATENÇÃO
- Dedicação exclusiva: é indispensável destacar pelo menos uma pessoa para se dedicar exclusivamente à campanha enquanto ela durar. A parte de logística e articulação entre doador, ponto de coleta e grupos receptores será constante;

- Relação: a relação com os grupos receptores precisa estar muito alinhada. Invista o tempo que for necessário antes de lançar a campanha e durante, pois isso evitará desgastes depois.;

- Registro: o registro da entrega dos materiais precisa acontecer para que os membros saibam o que aconteceu com o material. Pensar em uma estratégia de registro audiovisual (depender dos receptores não funcionou);

- Doações em dinheiro: pensar em um processo para receber esse tipo de doação, assim como em como distribuir ela entre os diferentes grupos receptores;

- Velocidade: a campanha precisa ser ágil e rápida. Na outra ponta estão pessoas precisando dessas doações com urgência. Esperar uma semana para fazer as entregas não é bom;

- Orçamento: é possível que algum imprevisto aconteça, e algum ponto de coleta não possa mais fazer a entrega. Nesse caso, pode ser necessário contratar um frete.


PARA ___
SABER MAIS







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